segunda-feira, 30 de março de 2009

Só não consegui não me zangar com um erro numa altura importante... mas eu tentei... acreditem

A palavra atitude é daquelas que toda a gente sabe identificar o referencial, sem saber explicar muito bem o que é. Se ter atitude é tentar fazer o melhor e tudo o que está ao nosso alcance, dentro de campo eu duvido que haja alguém que não tenha essa atitude... cada uma demonstra de maneira diferente... Também acho que temos melhorado nos treinos... obrigada às passadoras pelo esforço... não passa despercebido, pelo menos por mim...

Mas atenção, há outras equipas que querem ganhar cada vez que jogamos. Penso que com tão grande desproporcionalidade de recursos, até podemos ficar lisongeadas pelo facto da equipa da Lusófona ter entrado com a artilharia pesada toda no jogo... e ainda assim ficámos 30-28, ou coisa parecida. e até estivémos à frente... quase sem erros, um jogo bastante certinho... mas que dificilmente se consegue manter até ao final... eu por acaso acho que se não tivéssemos atitude, com uma equipa daquelas (e que não é a mesma que defrontámos no primeiro jogo) teríamos mesmo levado uma tareia.

As coisas estão a melhorar... tenho sentido mais exigência nos treinos, muito por um acréscimo de esforço de cada uma... tá cada vez mais difícil receber os serviços das colegas... o que é um dado muito bom...

Eu não tenho escrito ultimamente, mas não é por ter desistido... neste momento, o meu caminho é curtir o imenso gosto que tenho em jogar voleibol... porque este foco nas vitórias tem escondido um pouco isso... pessoalmente, acho que se voltar à pureza desse gosto, tudo irá melhorar... com vitórias ou sem elas...

Gostei da última semana de treinos, acho que estamos a motivar-nos mutuamente, por isso... vai-se notar de certeza.

beijocas

Desculpem a história da linha. Desta vez até estava longe, mas da linha errada... que merda!

Ah. Lamento que o treinador da equipa adversária perca o seu tempo a tentar provocar-me. Só lhe fica muito muito mal. Enfim...

Recarregar baterias

Não sei se é da idade mas cada vez mais os resultados não me afectam como ainda no ano passado afectavam e me deixavam irritada e frustrada. Não percebam com isto, que não dou e darei sempre o máximo para que consigamos alcançar as tão desejadas vitorias.
Sinceramente acho que se ainda queremos chegar à Final Four temos que mudar principalmente a nossa atitude. Vê-se que as pessoas estão a jogar mas não estão em jogo. Aconselho que todas reflitam e resolvam todo o tipo de problemas que tenham que resolver dentro da equipa, sejam eles psicológicos, com colegas de equipa ou com os treinadores. Falem digam as coisas, o que acham que está mal, o que pode melhorar, enfim o que cada uma de vocês precisa.
Sinceramente acho que temos equipa com muito mais capacidade do que mostramos ultimamente, falta a garra que tivemos na Final Four do ano passado e de outros tantos jogos.
Vamos agora para a fase decisiva e se realmente queremos voltar à Final Four temos que ganhar os próximos 3 jogos e esperar mesmo assim que sejam realmente 4 equipas a ser apuradas. Sinceramente acho que somos capazes disso e muito mais, mesmo sabendo que nestes dois proximos jogos algumas de voces não vão estar, o que não me parece problemático porque acredito e muito na capacidade das pessoas que normalmente são suplentes e penso que elas sabem disso.
Acredito que vamos dar a volta mas temos realmente querer e não dizer só que queremos.
HAKA BERRO #6 ;P

quarta-feira, 18 de março de 2009

União Zoófila


Quem estiver interessado em ajudar a União Zoófila, pode voluntariar-se para trabalhar no gatil ou no canil. O trabalho é sempre das 14 às 17. Amanhã vou inscrever-me no gatil. Alguém está interessado em dar uma mãozinha?
Bem, queria dizer que esta organização precisa muito de toda ajuda que possam dar, donativos em dinheiro ou comida, areão...



Reflectir..escrevendo

Bem e foi hoje, apeteceu-me vir aqui escrever qualquer coisinha.

Ainda não o tinha dito, mas gosto imenso desta criação do blogue (obrigado Mena). Estes textos dão prazer de ler, sinto falta deste lado mais analítico do voleibol.

Este último texto sobre o ‘stress competitivo’ é realmente algo que toda a gente tem noção mas que nada ou muito pouco se tem feito para combater. Acho que no geral a equipa anda com muito pouca confiança em praticamente todas as acções do jogo, mas isso já todas reparámos…vamos ate às negras e perdemos e cada jogo que passa a confiança vai morrendo mais um bocadinho. Inicia-se nova semana de treino e sinto que os treinos e os jogos estão a ficar arrumados em gavetinhas completamente diferentes…o ambiente é outro, a exigência é outra, em treino sinto-me muito menos pressionada, tal e qual como foi falado na 2ªfeira no treino…mas é complicado manter-me focada no jogo que se vai disputar no fim-de-semana, alias pouco vou além do ‘jogamos contra quem?’…é triste e gostava de evoluir muito mais no voleibol…isto de estar aqui a escrever realmente ajuda a pensar um bocadinho no que realmente vamos fazer ao treino. As vezes deixo-me levar pelo conceito do ‘treinar’…’ah vou treinar’…treinar para o que? Lá esta a grande lacuna treino-jogo.

Mena este texto ajudou-me a relembrar certas coisinhas muito importantes que tenho que trabalhar, como por exemplo o “self talk” positiva, apesar de já muita gente me ter chamado a atenção para tal, continua a ser um grande problema para mim, constantemente penso de forma negativa e tem vindo a perturbar o meu desempenho já desde há muito tempo. Outra coisa que se passa frequentemente comigo é estar ‘cheia de pica’ antes do jogo que depois no seu decorrer é abafada pela pressão/stress, e no final sinto claramente que o jogo não foi o tal momento de alegria e realização que devia ter sido, independentemente do resultado.

Sem dúvida que o stress competitivo me inibe imenso em jogo, sinto-me por vezes perdida como passadora, tenho dificuldade em analisar as jogadas, se foram boas escolhas…etc, agradeço imenso toda a ajuda da equipa e das dicas que dão durante o jogo, porque as vezes fica difícil de perceber.

No ultimo jogo disseste-me assim Mena…’descontrai, não penses’ ..ate tem piada e percebi parcialmente a mensagem que querias transmitir, mas fez-me sem duvida questionar o meu papel ali dentro por uns segunditos!hehe.

Ihh pah, este texto já vai longo e desorganizado, não é que sirva muito de ajuda à equipa…é apenas um desabafo ou reflexão que me apeteceu exprimir aqui.

AH, já me ia esquecendo de dizer que, foste tu Mena, neste jogo com a Filipa, que quando entrámos para o 3ºset, me ajudou a dar o ‘clique’ para a reviravolta que estávamos a precisar. E daqui em diante vou tentar ter sempre em mente o ‘jogar como se fossemos as melhores jogadoras do mundo’.
Quando for grande quero ser como tu…ahaha :b
Fico à espera dos tais ‘anexos’ prometidos ^^

terça-feira, 17 de março de 2009

O stress competitivo: esse "papão"...

O stress competitivo é um factor fundamental da competição, ainda que alguns o desvalorizem. Nos anos em que jogava muito pouco acontecia treinar muito bem e jogar muito mal. Sofria de stress competitivo agudo e nenhum dos meus treinadores me soube ajudar. Era de tal forma grave, que perdia toda a coordenação do meu corpo e não conseguia realizar gestos básicos de forma desenvolta. O stress competitivo exagerado é um problema, mesmo em atletas de topo. Basta olhar para o "falhanço" da prestação de Naide Gomes nos Jogos Olímpicos.

Bem, estive a ler, a reflectir e a aproveitar a minha vivência para tentar ajudar neste tema.

As fases do stress competitivo são as seguintes:

1) A exigência do contexto (tipo de prova, por exemplo); 2) a percepção pessoal dessa exigência; 3) a resposta de stress (entre o muito nervosa, ansiosa ou completamente despreocupada e 4) as consequências no comportamento.

As fontes mais importantes de stress são:
- o carácter e importância da competição (jogos de campeonato são menos stressantes do que jogos a eliminar)
-a incerteza do que vai acontecer
-a incerteza do papel que tenho de desempenhar.

Os psicólogos do desporto apresentam-nos o conceito de nível de activação emocional óptimo, ou seja, aquele estado emocional que proporcione a melhor performance, que é individual, mas que não pode ser nem de demasiado descontracção porque diminui o estado de alerta, especialmente importante em desportos rápidos e explosivos, de reacção, como o voleibol; nem demasiado preocupado porque restringe a performance, por diversos efeitos físicos e psicológicos. Cada atleta, ao longo do seu percurso deve ter consciência de qual o seu nível óptimo, das sensações que tem nesse estado, e tentar regulá-lo quer em treino (como há menos stress, deve ter estratégias pessoais para o aumentar), quer em jogo, em que necessita normalmente de o diminuir. Este treino e aprendizagem constrói-se ao longo de anos.

A seguir apresento algumas dicas práticas. Penso que muitas delas podem ser mesmo muito importantes para o rendimento de cada uma.


1. Usar a imagética (consultar net, se alguém estiver interessado, faculto artigos sb o tema) ou visualização mental. Nos treinos, antes e/ ou durante o jogo, duma forma equilibrada, gradual e não obsessiva.

a) ponto de vista externo: em estado de relaxamento induzido, ou mesmo em treino, treinar por visualização mental. Neste caso, observar a sua prestação como se fosse um espectador, a realizar cada gesto da forma que acha que constitui a sua melhor performance. Insistir num gesto especifico (com várias repetições) ou na prestação na globalidade, consoante as necessidades. No treino, trata-se de tentar visualizar antes de realizar o gesto. Isso acontece de uma forma natural, mas também pode e deve ser consciente.

b) interna: mais proprioceptiva do que a primeira.deve mentalmente ir realizando o gesto, mas agora o ponto do observador está dentro de si. Deve tentar reproduzir as mesmas sensações, tácteis, auditivas, emocionais, proprioceptivas (sensações do corpo). Nas duas deve realizar acçóes de sucesso, mas pode também realizar acções de insucesso que são superadas sem grande dificuldade. Não há prestação sem erros. muito raramente. também é importante estar preparado para os superar. Este 2º tipo requer mais tempo de treino e mais experiência. O 1º é mais simples mas também menos eficaz.


2- ter objectivos específicos para cada treino, de acordo com aquilo que acha que podem ser as exigências da competição para si. Se não sabe quais são, deve falar com o treinador e perguntar quais é que podem ser, para que é que tem de se preparar.. Neste caso, penso que é óbvio que todas as pessoas suplentes devem estar preparadas e mentalizadas para usar o serviço como uma arma, e em seguida receber e defender, como mais valias que podem apresentar. Há outros casos de pessoas que podem ajudar a ganhar jogos no bloco, ou no ataque. penso que umas e outra sabem quem são. Como são situações muito pontuais é complicado exibir muita confiança. Não é fácil, mas é nisso que têm de trabalhar. Pode ajudar se o treinador for utilizando estes recursos frequentemente, mesmo em situações de menor tensão do jogo, porque prepara para esses momentos.

3- Fazer a auto-avaliação no final de cada treino para não se desviar dos objectivos específicos traçados. não tem de ser formal. pode ser apenas uma reflexão. Se formos para o treino treinar tudo, dificilmente treinamos alguma coisa. cada jogadora tem também essa responsabilidade de conduzir o seu próprio treino. Como exemplo pessoal, eu tenho tentado não mexer o pé no serviço e lançar a bola para a frente e não para cima de mim, bem como servir para espaços vazio do campo e nas costas do passador...

Já faço o resto. agora vou ao xinásio....´

ok. voltando....

4- Se no treino o atleta estiver demasiado letárgico (vulgo preguiçoso), deve tentar criar um pouco mais de pressão para si... pode estabelecer objectivos com consequências se não cumprir... (os tais saltos da Anabela). Eu não faço saltos desses porque duma das últimas vezes, desloquei uma vértebra e fiquei sem me mexer...eheheh

5- Treinar a "self talk" positiva, afastar os comentários negativos do género, "é sempre a mesma coisa, não faço nada de jeito, que estúpida"... podem pôr as culpas na bola e chamar-lhe nomes...ehehe, substituir por "fiz assim, devia ter feito ...", há atletas que repetem o gesto que deveriam ter feito... palavras de incentivo como vamos lá, tu consegues, ... se for um ataque falhado, encher o peito de ar e pedir novamente a bola à passadora...etc...etc...

6- Encarar a competição como um momento de alegria, de realização, como um desafio ao alcance, onde se pode fruir algo de que se gosta muito; valorizar a prestação, o esforço na prestação e não tanto o resultado final. O resultado virá com justeza... e se a derrota acontecer, pelo menos tudo se fez para alcançar a vitória. O respeito por mim será mantido com base nesse princípio. E tudo o resto é um pouco periférico... e menos importante. Desistir de lutar é que é a pior das cobardias.

No dia do jogo:

1- Manter as rotinas habituais, qualquer que seja o jogo. Bem, se a rotina habitual é ir para a cama às 7 da manhã e acordar a 2 horas do jogo, posso dizer que não é nada aconselhável. Mesmo que fisicamente pareça estar tudo bem, a falta de descanso retira tranquilidade, e aumenta a sensibilidade a qualquer situação de stress. Mas a ideia é que mudar comportamentos em função dum jogo específico, pode trazer mais stress... quanto mais importante, mais nos devemos cingir ao que é habitual. O stress já está suficientemente presente. Significa que experimentar visualização mental nesse dia não é bom, a não ser que já esteja treinado e seja habitual.

2- Conseguir identificar o nível de activação em que se está... se se estiver muito ansiosa, alongar um pouco mais, prolongar o aquecimento, tomar algumas medidas para relaxar (respirando devagar...), conversar com colegas... (ver o documento que vai ser anexado)

3- Permitir-se entrar em estado de "flow"... go with the flow... ir com a corrente... O estado de flow é aquele em o atleta está de tal forma concentrado que fica totalmente absorto na sua performance, e tudo o q é exterior a isso é praticamente ignorado. Acontece frequentemente eu não me lembrar de quem jogou do outro lado...(às vezes até do meu...). Porque em vez de pessoas, vejo jogadoras, peças de um jogo.

4- focar a atenção (vulgo concentrar-se) no que tem de fazer imediatamente a seguir, dependendo do gesto. Antes de receber, tenho sempre o mesmo procedimento, visualizo a bola a vir para a minha área de intervenção, a minha deslocação, o meu gesto (no geral, sem grande atenção à técnica) e o resultado com sucesso. O mesmo se pode fazer com o serviço. No caso de outros gestos, uma vez que o volei apresenta muitas variáveis, é importante mantermo-nos completamente alerta, e confiantes que na altura apresentaremos a melhor solução, que já foi ensaiada vezes sem conta.

5- Quanto ao resultado, tento pensar em ganhar sempre o próximo ponto, ou este ponto. E assim se vai construindo o jogo. Cada ponto é precioso. Pensar na vitória... está longe, é pouco prático, muito abstracto e induz maior stress. Mas com a atitude de ganhar cada ponto, se constrói a vitória. Na praia, em que a acção acontece em todas as jogadas, é a única forma de não entrar em "paranóia", sobretudo quando as coisas não correm bem.

6- Em alguns gestos, mais individuais como o serviço, cumprir uma rotina, no meu caso uso: respirar fundo e descontrair ombros (alivia ansiedade), escolher um ponto no campo adversário, ou "uma vítima" ou espaços entre jogadoras, foco o local da rede onde a bola deverá passar e executo o gesto sem pensar muito na técnica. Penso que o momento do jogo não é o ideal para aprimorar técnica, mas focar mais o resultado final da acção, ou a acção no seu todo, sem grandes detalhes. Já é suficientemente complicado tentar colocar num determinado local, quanto mais pensar também no como fazer isso... Mas isto, como outras coisas que aqui apresento, são discutíveis e pode depender de pessoa para pessoa. Bem, mas importante no serviço é não dar espaço nem tempo para o pensamento fatal: "vou falhar". cumprir a rotina e servir sem grande demora. se tiver que esperar, aproveitar para descontrair, jogar um bocado de basquete..., sei lá, quebrar um serviço por exemplo com um desconto de tempo é uma estratégia ao alcance do treinador... nunca se pode falhar a seguir...

7- Saber que há pessoas que vão fazer tudo para compensar as minhas falhas, se elas acontecerem;

8-Pedir ajuda a colegas, se sentir falta de confiança momentânea, ter a humildade de pedir apoio... já aconteceu pedir à Inês Krug para assumir um pouco mais a recepção e também o contrário: perguntar se precisavam de uma mão... este pedido de ajuda pode libertar-nos um pouco da tensão e estimula e dá confiança à colega (a não ser que também esteja aflita... xiiii...)

7- Em alguns momentos, se a atleta se sentir com muita confiança, num dia bom, penso que também poderá oferecer ajuda, comunicar isso à passadora, ajuda a tranquilizar a equipa...

O treinador:

1- Penso que é importante que a comunicação daquilo que espera da prestação do atleta seja clara e que vá sendo comunicada com alguma antecedência relativamente ao jogo, com sensibilidade, para não pressionar demasiado. Mas permite ao atleta ir treinando estratégias para se sair bem nesse dia... diminui o grau de incerteza e desenvolve a confiança entre treinador e atleta.

2- Ser positivo relativamente aos erros, mas firme. Definir bem qual foi o erro e apresentar a sua correcção, estimular a racionalização do jogo. Por que razão tomar esta opção e não outra?...

3- Acreditar de forma incondicional na sua equipa... se não acreditar, mesmo que o diga, a sua linguagem corporal denuncia-o.

no jogo:

1- Tentar incutir o nível óptimo de activação da equipa, se estiver demasiado ansiosa acalmar, e se estiver demasiado tranquila apresentar objectivos que sejam um desafio.

2- Tentar dar dicas o mais objectivas e concretas possível e apenas as mais importantes (mais uma vez é importante o equilíbrio pois o atleta deve sentir-se com capacidade para tomar as opções acertadas):
ex:
  • apostem naquela jogadora no serviço;
  • ataquem agora mais para o fundo, e dps veremos quando é que se adaptam...

pistas concretas ajudam a focar o que é essencial e afastam a atenção dos sinais da ansiedade...

e aquilo que já acontece, pequenas frases que conferem energia anímica à equipa e estimulam a coesão.

bem, conto colocar aqui uns anexos...

um ou dois artigos e um trabalho do Vasco sobre regulação da activação com dicas práticas, algumas coincidentes. Acho este tema muito importante, e algo que tem de ser quase tão trabalhado como o treino físico.

Para que nos momentos decisivos, não falte a tal "cabeça"...

E ganharmos "força" psicológica, anímica... é só o q está a faltar de momento...

Beijão a todas... e todos... ehehe

desculpem o testamento... sofro de verborreia aguda...

xiiiii...

Ah, seria interessante saber a vossa opinião sobre estas dicas e também dizerem se têm alguma estratégia que vos ajude bastante... porque pode servir para outras pessoas... vocês são muito preguiçosas... nunca escrevem nada!!

nem de propósito hoje recebi um mail de promoção de um livro sobre este tema...Já fui ao site... vejam o vídeo promocional... o livro até pode ser um boa ferramenta, para quem se desenrascar em inglês.

http://winningstate.com/volleyball/

domingo, 15 de março de 2009

Sim, mais uma derrota... e então?

Pois é, parabéns à equipa do Filipa que, apesar de terem por vezes um jogo mais prático do que bonito, conseguiram ser uma equipa disciplinada a jogar e bastante aguerridas.

Quanto a nós, Maristas, a minha opinião é de que conseguimos jogar melhor do que a semana passada, mas parece que temos que nos superar um pouco mais e esforçar um pouco mais. Olha, talvez ainda bem... porque continuando sempre a jogar a mesma coisa e ganhando, toda a gente fica contente e talvez impeça de ver o que precisa de ser melhorado.

Quando se perde, nada pior do que atribuir culpas. A culpa é de todas, das que jogam e não jogam, das que treinam, mas sobretudo das que não treinam, das que treinam a dar o máximo e das que treinam assim assim...

Acontece que até as jogadoras que nem sequer são convocadas também têm culpa...
Acontece que todas e todos sem excepção temos de ver onde poderemos melhorar.... E mesmo aquelas pessoas que não são convocadas são extremamente importantes, e aquelas que vão ao jogo e não jogam, igualmente importantes.... Porque quando todas tentamos, com persistência e com esperança ganhar um lugar para jogar, todas lucram com isso... porque, se jogando ou não jogando todas dão o máximo, então de certeza que toda a equipa vai crescer... E este pensamento implica deixarmos a coisa muito difícil que é prescindir dos nossos egos.

Aproveito para dizer que a presença nos treinos é, obviamente, essencial, e aí acho que cada uma deve pensar se está a fazer todos os esforços para estar sempre presente...

Enfim, dizer que todas são fundamentais, quando até se joga o jogo todo pode parecer inadequado, mas a verdade é que eu sei perfeitamente o que é estar no jogo e não jogar. Passei cerca de 5 anos assim, nos meus vintes e pouco...bem, já foi noutra década... mas não esqueço a sensação.


Por isso, peço encarecidamente que vejam esta fase como um teste à nossa capacidade de desenvolvimento, e de ultrapassar adversidades... Já dizia um qualquer que eu agora não sei o nome que todas as crises oferecem oportunidades... nesta altura, vamos tentar todos pôr o ego um pouco de lado e ver se remamos todos para o mesmo sentido, sim?

Se calhar isto foi um recadinho a dizer que estávamos a ficar um pouco convencidas... não sei... Só sei que no treino de amanhã gostava de ver toda a gente cheia de força para dar a volta por cima.

Que estas pedrinhas no caminho sirvam para melhorarmos...até porque quando os jogos correm bem, há mais oportunidades para todas...verdade seja dita, não há diferenças abismais entre nós, e como não há vedetas temos de funcionar na perfeição... como equipa!


Beijinhos a todas

Ah... durante esta semana e no próximo jogo eu proponho a brincadeira do "E Se..." vamos todas agir como se fôssemos as melhores jogadoras do mundo... no meu caso penso também que tenho mais 20 cm... mas atenção, os melhores do mundo são sempre simples, superempenhados, trabalham sempre em superação....

sem perder a boa disposição...

Combinado?

quinta-feira, 12 de março de 2009

O significado do desporto


O Homem é corpo-mente (alma)- natureza-sociedade, e tudo isto significa mais do que a simples soma de partes, constitui no final aquilo que nos torna a cada um de nós, indivíduos, seres únicos. O termos um corpo e sermos um corpo, aprisiona-nos e ao mesmo tempo, possibilita-nos um mundo de acções, realizações... Em suma, não existe desenvolvimento humano sem movimento.
Ora o desporto também deve ser entendido num prisma complexo, não se destina tão só ao corpo físico, mas também à alma, tanto à natureza como à sociedade. No quadro de valores dominantes, as motivações para o desporto passam muito pela sua instrumentalização: para ter um corpo mais esbelto, para adquirir algum estatuto social, para alimentar a vaidade do ego e afirmar-me individualmente, para ganhar dinheiro... etc, etc... O conjunto de motivações pode ser variado e multidimensional...

Acontece que para outros (incluindo eu) o desporto funciona como um domínio essencial (embora não totalmente coincidente) do Ser. Não totalmente porque somos sempre mais do que aquilo que fazemos. Mas essencial, porque através do desporto desenvolvemos todos os domínios que nos conduzem a um maior grau de desenvolvimento como seres humanos. Porque a minha componente como atleta caracteriza, condiciona e define em parte quem sou.

É orientados por este princípio de desenvolvimento que deveremos encarar determinados aspectos da competição e da nossa participação como atletas. Apresento a minha perspectiva sobre alguns deles:

As vitórias e as derrotas: o percurso de aprimoramento da performance desportiva ganha tanto com as vitórias como com as derrotas. A importância dos resultados depende muito das motivações dos atletas e dos grupos e condicionam toda uma estratégia que para eles se orienta. É importante que, quando a vitória é muito valorizada como objectivo, todos os elementos envolvidos percebam muito bem as implicações dessa valorização em termos de treino, de tempo, de dedicação, etc, etc, etc... E que entendam que falhas na estratégia, deixam mais espaço à influência de factores menos controláveis como a sorte, o acaso, os humores dos atletas, o grau de confiança exibido, etc...

Por outro lado, numa perspectiva que tento adoptar para outros domínios da vida, penso que o sucesso e o fracasso são de tal maneira circunstanciais que, animica e emocionalmente, nem podemos rejubilar de vaidade com uns, nem afundar de frustração com os outros; mas assumir ambos com a naturalidade que provém da certeza que nada existe no mundo sem o seu oposto. Desenvolver o princípio da equanimidade. Aceitar sem julgamento quer o que consideramos bom, quer o que consideramos mau; como realidades indispensáveis ao nosso crescimento.

O Ser, o Parecer, o Estar
Quando o desporto e identidade assumem alguma coincidência, é natural que, no contexto da sua prática, essa limpidez de carácter transpareça... ainda mais, como Norbert Elias proclamou, o espaço do desporto é um dos poucos espaços que temos disponíveis para a expressão emocional de aspectos normalmente condenáveis e reprimidos no nosso dia-a-dia. Penso que uma pessoa tendencionalmente emotiva e expansiva, irá poderá permitir-se alguns excessos no contexto desportivo, tanto no pólo das emoções positivas, como no pólo oposto. Por outro lado, é muito importante que combatividade e desejo de superação não signifiquem agressividade. E quando chega a esse ponto, parece-me que passa a ser também condenável neste oásis emocional que o contexto desportivo pode constituir .

Nesta reflexão, cabe ainda entender, no contexto da performance, qual o nível de controlo, expressão ou repressão de emoções, a que corresponde a melhor performance desportiva. Se há pessoas que competem sem qualquer expressão emotiva, e assim conseguem produzir o melhor; outras há que usando determinados mecanismos de expressão emocional (entre os quais se inclui o "palavrão") aliviam tensões e encerram episódios.

Outro aspecto importante deste 2º ponto é o controlo emocional de cada indivíduo, quando a sua performance depende e está dependente de companheiros. Aí. claro que o equilíbrio tem de ser procurado, entre a satisfação e expressão das necessidades individuais e colectivas. Por isso é que explosões de frustração ocasionais devem, muito provavelmente, ser evitadas, quando os seus efeitos são manifestamente negativos para a equipa.

O último ponto a abordar diz respeito a uma forma muito particular de encarar o adversário, da qual me esqueço, de tempos a tempos, sobretudo em situações de frustração e tensão... que é a de encarar todos os agentes da competição como essenciais para o meu desenvolvimento, como parceiros e não como adversários. Assim, todos os pressupostos adversários, seja qual for o seu nível, exigem de mim que tente apresentar a minha melhor performance. O desleixo, além de falta de humildade denota falta de respeito. Claro que, mercê da tal libertação emocional inerente à competição, os actos nem sempre denotem esta postura... ainda há que trabalhar nisso... :)


Em suma, tudo isto para dizer que acabei o último jogo com sentimento pessoal de embaraço, por não ter conseguido controlar as minhas emoções de forma a que estas não prejudicassem o meu desempenho; mas sobretudo que não abalassem outros.... Porque depois fiquei também abalada com o facto de ter abalado terceiros... Peço que não me julgem por episódios e tenham sempre presente que nunca nada que aconteça em campo pode abalar o respeito e estima que tenho por todos os colegas de equipa e treinadores... neste caso particular, penso que alguma frustração com a minha própria prestação foi decisivo no avolumar de algum nível de descontrolo emocional... ainda para mais, quando eu vejo no banco pessoas que gostam tanto de jogar como eu....


Tenho dito, e aqui fica o meu primeiro e último(?) acto de contrição público... Sem crucificação, que acho que o caso também não é para tanto.